22 de maio de 2008

13 de maio de 2008

A arte do olhar

Assunto: Complicada arte de ver

Rubem Alves


Ela entrou, deitou-se no divã e disse: 'Acho que estou ficando louca'. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. 'Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto.'
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as 'Odes Elementales', de Pablo Neruda. Procurei a 'Ode à Cebola' e lhe disse: 'Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver'.

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: 'A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê'. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: 'Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra'. Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem.
'Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios', escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada 'satori', a abertura do 'terceiro olho'. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: 'Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram'. Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, 'seus olhos se abriram'. Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em 'Operário em Construção': 'De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção'.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: 'A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas'.
Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar 'olhos vagabundos'...

O texto acima foi extraído da seção 'Sinapse', jornal 'Folha de S.Paulo', versão on line, publicado em 26/10/2004
Texto enviado por Suely Cauduro

10 de março de 2008

Ser Pintor



Sou um pintor
De todas as coisas
Artista que vê
A porta e a cadeira
Que vê nas coisas macias uma falha
E vê nas coisas redondas um buraco
As cores para ele existem
Porém a forma íntima
Ele não conhece
Mas o mundo é colorido e forte
Com luz e sombra
E formas que se entrelaçam
E o céu para ele não é azul
Quando corre sobre os prados e as árvores
E o rio não é apenas entre as margens
Quando as cores se espalham sobre a terra

E para ele uma árvore não é uma árvore
Mas uma canção de beleza no céu

E as cores não são para ele apenas cores
Cada uma é um sonho numa fantasia
Que torna irreal este vosso mundo
Para ele
Para este homem pintor
......

Poema: Ivan Albrigh, pintor americano.
pintura: George Stenberg, pintor russo

6 de março de 2008

Em obras

O texto que a seção “em obras”, de Trópico, reproduz, “Sentenças sobre Arte Conceitual”, de 1969, traz a sentença que foi fundamental para Lucy Lippard no seu livro mais canônico, “Six Years: The Dematerialization of the Art Object From 1966 to 1972” (Londres, Studio Vista, 1973): "Nem todas as idéias precisam ser concretizadas".
1. Os artistas conceituais são místicos ao invés de racionalistas. eles chegam a conclusões que a lógica não pode alcançar.
2. Julgamentos racionais repetem julgamentos racionais.
3. Julgamentos ilógicos levam a novas experiências.
4. A Arte Formal é essencialmente racional.
5. Pensamentos irracionais devem ser seguidos de maneira absoluta e lógica.
6. Se o artista muda de idéia no meio do caminho, enquanto executa seu trabalho, ele compromete o resultado e repete resultados passados.
7. A vontade do artista é secundária ao processo que ele inicia, desde a idéia até sua concretização. Sua voluntariedade pode ser pura manifestação do ego.
8. Quando palavras como pintura e escultura são usadas, elas carregam toda uma tradição e implicam a consequente aceitação desta tradição colocando, assim, limitações ao artista que hesita em ir além dos limites anteriores.
9. Conceito e idéia são coisas diferentes. O primeiro implica uma direção geral enquanto o último são os componentes. As idéias implementam o conceito.
10. Idéias em si podem ser uma obra de arte; estão em uma cadeia de desenvolvimento e podem finalmente encontrar alguma forma. Nem todas as idéias precisam ser concretizadas.
11. As idéias não vêm necessariamente em uma sequência lógica. Podem partir em direções inesperadas, mas uma idéia deve necessariamente estar completa na cabeça antes que a próxima se forme.
12. Para cada obra de arte que se concretiza existem muitas variações não concretizadas.
13. Uma obra de arte pode ser entendida como uma ponte que liga a mente do artista à mente do espectador. Mas pode jamais alcançar o espectador ou jamais sair da mente do artista.
14. As palavras de um artista a outro podem induzir uma cadeia de idéias - se estes compartilham o mesmo conceito.
15. Dado que nenhuma forma é intrinsecamente superior à outra, o artista pode usar, igualmente, qualquer forma, desde uma expressão verbal (escrita ou falada) até a realidade física.
16. Se palavras são usadas e procedem de idéias sobre arte, estas são arte e não literatura; números não são matemática.
17. Todas as idéias são arte se se referem à arte e encaixam-se nas convenções da arte.
18. Geralmente entendemos a arte do passado aplicando as convenções do presente e, assim, entendemos mal a arte do passado.
19. As convenções da arte são alteradas por obras de arte.
20. A arte bem sucedida transforma nossa compreensão das convenções ao alterar nossas percepções.
21. Perceber idéias conduz a novas idéias.
22. O artista não é capaz de imaginar sua arte nem de percebê-la antes de estar completa.
23. Um artista pode perceber erroneamente uma obra de arte (entendendo-a diferentemente do autor), mas abandonará sua própria cadeia de pensamento através desta má compreensão.
24. A percepção é subjetiva.
25. O artista não precisa necessariamente entender sua própria arte. Sua percepção não é melhor nem pior que a dos demais.
26. Um artista pode perceber a arte de outrem melhor que a sua própria.
27. O conceito de obra de arte pode envolver o material da peça ou seu processo de realização.
28. Uma vez estabelecida a idéia da obra na mente do artista, e decidida sua forma final, o processo é levado a cabo às cegas. Existem muitos defeitos secundários que o artista não é capaz de imaginar. Estes podem ser utilizados como idéias para novos trabalhos.
29. O processo é algo mecânico e não deve ser outro. Ele deve seguir seu curso.
30. Existem muitos elementos envolvidos numa obra de arte. Os mais importantes são os mais óbvios.
31. Se um artista utilizasse a mesma forma em um grupo de obras, e alternasse o material, poderíamos supor que o conceito envolvia o material.
32. Idéias banais não podem ser redimidas através de uma bela execução.
33. É difícil estragar uma boa idéia.
34. Quando um artista aprende bem demais o seu ofício, ele produz uma arte esperta.
35. Essas frases são comentários sobre arte e não são arte.
Tradução de Silvia Bigi e Márion Strecker Gomes para a revista “Arte em São Paulo”, n. 15, maio de 1983
(Publicado em 9/4/2007)

24 de dezembro de 2007

Anete Ring




Caríssimos, Segue o link com fotos da exposição no Contraponto e também das pinturas.http://picasaweb.google.com.br/anetering Feliz 2008! Desejo um ano inspirado para realizar sonhos, muitos sonhos... beijo,Anete

9 de dezembro de 2007

Exposição Tomie Ohtake

O (s) Cinéticos : o movimento como elemento plástico, a velocidade. Duchamp, Naum Gabo, Giacomo Balla, Dali, Calder, Man Ray, entre outros.

Imperdível....


acesse aqui e veja o Museu Reina Sofia

3 de dezembro de 2007

Elogio ao "Elogio do Silêncio"

------------------------------------------ Elogio ao Elogio ao Silêncio ------------------------



"Tendo lido a coluna do Jabor de terça-feira, "Proust é Tudo"; lembrei-me de um artista que é também um apaixonado por Proust e que inaugurou a pouco uma exposição na Pinacoteca do Estado, vinda do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. A exposição é "o Elogio do Silêncio" de Sérgio Fingermann. Em sua coluna , Jabor cita a superficialidade da arte e da cultura atual. Justamente esta exposição vem afirmar a profundidade e o compromisso de um artista com sua arte. Acompanham a exposição um DVD que está sendo projetado na sala da exposição e um livro onde Sérgio faz uma profunda reflexão sobre a arte e afirma seu compromisso com a transmissão. A exposição abre o olhar para as possibilidades poéticas da pintura contemporânea, mostrando seu rigor e vigor. Jabor, será que podemos pensar que existe uma luz , ou algumas luzes, mostrando-se silenciosamente no fim do túnel? "
E-mail enviado por Anete Ring.

Sobre a arte

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"As criações da arte são sempre resultado do ter-estado-em-perigo, do ter-ido-até-o-fim numa experiência, até um ponto que ninguém consegue transpor. Quanto mais se vai, tanto mais uma vivência se torna própria, pessoal, singular - e o objeto de arte é, afinal, a expressão necessária, irreprimível e o mais definitiva possível dessa singularidade... Nisto está o auxílio colossal do objeto de arte para a vida de quem precisa fazê-lo - ele é sua síntese: a conta do rosário, em que sua vida diz uma oração, a prova sempre recorrente (dada para ele mesmo) de sua unidade e veracidade, a qual só se volta realmente para ele e cujos efeitos externos parecem anônimos, sem um nome dado, como necessidade apenas, como realidade, como existência."

Rainer Maria Rilke,Cartas do poeta sobre a vida, pág. 191, editora Martins, Martins Fontes

Giacomo Balla in collezione Ingrao.it


e-mail enviado por Paulo Mandarino

20 de novembro de 2007

Sergio Fingermann


Pintura e escrita para aprender a ver o mundo
Em mostra na Pinacoteca e em livro, Sergio Fingermann faz apelo para a experiência da contemplação em mundo veloz
Camila Molina

Em versos, o artista Sergio Fingermann define o Ofício de Pintor: nele é necessário ''''educar mãos e olhos/não ter pressa/fazer a mão obedecer/fazer os olhos verem diferente do que se vê/fazer da mão o instrumento de descobertas/alimentar os olhos com imagens/alimentar os olhos com palavras/ouvir música/ouvir silêncios/aprender a ver a realização diferentemente do desejo/insistir/descobrir que o visível está povoado de invisíveis/fazer o igual até descobrir o diferente''''.
O texto está presente no livro Elogio ao Silêncio e Alguns Escritos sobre Pintura (Bei Editora, 64 págs., R$ 40), que o artista acaba de lançar com a exposição de pinturas e gravuras inaugurada na Pinacoteca do Estado. Escrita (''''anotações'''' do artista) e pintura se entrelaçam para que se faça um apelo, uma reivindicação: é preciso ''''colocar o pé no freio'''', como diz Fingermann, é preciso aprender a ver o mundo, como diz a fenomenologia de Merleau-Ponty. Sergio Fingermann usa uma analogia simples para falar sobre esse processo. Diz que no percurso dessa vida tão veloz do hoje em dia, ''''a pintura tem de fazer um acostamento na estrada'''' - porque, senão, a paisagem não seria contemplada, apenas passaria rapidamente pelo vidro do carro sem podermos nada dela apreender.
A pintura promove, então, ''''a experiência na contemplação''''; aí reside a grande responsabilidade do artista - e sua ''''ética que nasce do ofício'''', segundo Fingermann. ''''O artista não produz, ele trabalha'''', completa, e coloca no mundo alguma representação que promova a reflexão, faça sonhar. Porque, afinal, ''''o mundo não precisa de uma imagem a mais, ele já está saturado.'''' Mas quais seriam, portanto, as imagens que o artista criou em sua série Elogio ao Silêncio? São metáforas, tiradas de um mundo de fábulas (''''uma temática mais clássica da interlocução da literatura na pintura''''), um mundo onírico ''''para produzir o sonhar e não o sonho'''': pequenos personagens em roda - em algumas telas, sobre um fundo quadriculado que remete a azulejos, em outras, imersos em um campo circular; resquícios de paisagens; portões feitos de uma geometria leve. Dois quadros, também, representam um pintor e seu cavalete numa atmosfera onírica. As telas, em grande formato, trazem agora a figuração (que já estava presente em suas gravuras) porque em seu trabalho pictórico anterior, Fingermann estava operando no campo da abstração ''''guarnecida por sensações''''. Esse campo se esgotou, como diz o pintor, ''''pelo menos agora'''', mas ele frisa que ''''o tema é só artifício, o conteúdo está entre o antes e a emergência da imagem''''. É preciso fazer pensar sobre esse momento de crise das artes plásticas, elas estão ''''sofrendo de um autismo'''', afirma o pintor. Por isso ele diz ter achado pertinente o projeto do curador Ivo Mesquita para a 28ª Bienal de São Paulo, marcada para 2008: o pavilhão no Parque do Ibirapuera terá seu segundo pavimento vazio e os outros pisos serão dedicados a uma biblioteca, conferências e eventos. ''''Não é à toa que o curador quer criar um parênteses para a reflexão. Estamos no fundo do poço'''', completa Fingermann, que acredita que o certo autismo não se vê presente em outros campos como a literatura e nem a música. Aliás, foi da música que nasceu a série Elogio ao Silêncio, realizada entre 2005 e 2007: partiu de um convite da Osesp para que ele criasse capas para os CDs das gravações das nove sinfonias de Beethoven. Enfim, pintura e escrita - para quem não tem o livro do artista, que inclui também textos de Manuel da Costa Pinto e Fernando Paixão, há um vídeo numa das salas expositivas em que Fingermann cita seus poemas despretensiosos - estão refletidas nessa vontade de falar de todas essas questões.
Ao mesmo tempo, a Pinacoteca inaugura hoje para o público mostra com 12 pinturas em grandes dimensões e 13 esculturas em metal feitas pelo artista Tal R, nascido em Tel-Aviv, Israel, mas que vive na Dinamarca.Serviço Sergio Fingermann. Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2, 3324-1000. 3.ª a dom., 10 h às18 h. R$ 4(sáb. grátis). Até 30/12
e-mail enviado por Paulo Mandarino

16 de novembro de 2007

Exposição

acesse na imagem para visualizar

11 de novembro de 2007

Suely Cauduro


Novos territórios anexados no Ata

vejam os trabalhos de Sueli Cauduro acessando aqui

o seu site vai estar nos links do ata .

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30 de outubro de 2007

Anete Ring convida





Caros amigos,

Gostaria de convidá-los para a exposição que realizarei no Contraponto a partir de 6 de novembro e também para dois eventos que organizaremos nos dias 12/11 e 13/11.
No dia 12/11 as 20:30h será uma conversa sobre as canções de Schumann com a participação do pianista e professor Gilberto Tinetti. O Sérgio Fingerman participará da conversa.
No dia 13/11 haverá uma audição comentada de Beethoven com

Roberto Ring, músico e violoncelista.





Reservem a data.

Beijo,
Anete

27 de outubro de 2007

Kurt Schwitters






Exposição na Pinacoteca sobre Kurt Schwitters (1887/1948), o artista Merz .

Merz na concepção do artista representa uma multiplicidade de sentidos que correspondem profundamente ao conceito aberto de arte, no seu equilíbrio de fragmentos e colagens onde os objetos metamorfoseiam-se em composições.

Há no site: Germinal Literatura , um excelente trabalho sobre o artista.

"... dos detritos e destroços de um mundo destruído depois da primeira guerra mundial, ele desejou construir uma nova ordem. Fato que o desingue claramente os dadaístas, ao se alinhar para denunciar a cultura imperial, para protestar contra o absurdo da guerra e negar toda a ordem burguesa.

24 de outubro de 2007

Anete Ring convida

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Uma cartografia particular
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"Os horizontes parecem ser uma das obsessões artísticas de Anete Ring: eles se encontram presentes, de uma maneira ou de outra, em quase todas suas obras, como se tentassem fixar, no fundo da tela, um olhar em busca permanente...."
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Confira os seus trabalhos no Contraponto e
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22 de outubro de 2007

Poemas







[Tu e Eu]



Feliz o momento em que nos sentarmos no palácio,
Dois corpos, dois semblantes, uma única alma
- tu e eu.

E ao adentrarmos o jardim, as cores da alameda
E a voz dos pássaros nos farão imortais
- tu e eu.

As estrelas do céu virão contemplar-nos
E nós lhes mostraremos a própria lua
- tu e eu.

Tu e eu, não mais separados, fundidos em êxtase,
Felizes e a salvo da fala vulgar
- tu e eu.

As aves celestes de rara plumagem
Por inveja perderão o encanto
No lugar em que estaremos a rir
- tu e eu.

(...)





Poema: Jalal al- Din Rumi (1207-1273)
Pintura: Altdorfer Albrecht.

20 de outubro de 2007

A essência de uma linha






“Ingres fica seduzido pela beleza de uma linha, pressente o partido que vai poder tirar dela, cultiva-a, tece-a, como o violinista modula um som numa corda, e sabemos desse talento em manejar o arco.


A linha absorveu o quadro, o tema, perde-se no claro-escuro que este contorno veio seccionar com nitidez.
Desenvolve uma curva perfeita.
Esmera-se em variações, anela-se, ondula com o toucador de cabelos como ondas que se esvai e se encontram, na disposição, um eco, uma rima.

Assim ele pinta uma mulher.

A investigação plástica dominou a investigação do real.”


Citação: René Huyghe, em o Poder da Imagem

Desenho: Ingres, escola francesa (1780-1867)

6 de outubro de 2007

Amador Perez


Confira os trabalhos do Artista Plástico Amador Perez

formado em projeto gráfico pela Escola de Belas Artes de

UFRJ (1976), trabalhou como professor em diversas

instituições Culturais e universidades.

Atualmente leciona desenho Industrial na UERJ,

e no departamento de Artes e Desing da Puc.

Confira o seus trabalhos
acessando: http://www.amadorperez.com/


Esta com sua exposição na Valu Oria expondo com nossa Amiga Vera Giorgi

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4 de outubro de 2007

Contraponto Convida

Encontro com Amador Perez e Vera Giorgi

5/ 10/ 2007 ( sexta feira) às 20hs00

Entrada Franca


maiores informações: www.contraponto55.ato.br

2 de outubro de 2007

VERA GIORGI


"A vida é o que realmente importa, onde a aventura de buscar o desconhecido, as vezes deságua em arte."



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São palavras da Artista Vera Giorgi, com exposição na galeria Valu Oria, vejas alguns trabalhos e confira a data e o local.

1 de outubro de 2007

VERA GIORGI CONVIDA

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Valu Oria Galeria de Arte


abertura dia 4 de outubro, quinta-feira, às 19h30


Exposição de 4 a 27 de outubro de 2007











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Valu Oria Galeria de Arte

Al. Casa Branca, 1.130

1.andar São Paulo SP




Sergio Fingermann convida

(ACESSE NA IMAGEM PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO)


Sergio Fingermann no MNBA



Em sua primeira exposição individual no MNBA, Sergio Fingermann abre amostra Elogio ao Silêncio no dia 25 de setembro, exibindo uma série de 30pinturas recentes, realizadas entre 2005 e 2007. O conjunto de trabalhos,óleos sobre tela de grandes formatos, é completado por 3 álbuns deáguas-fortes (Elogio ao Silêncio, O Teatro do Mundo e A Fábula e a Verdade),tendo como tema central alegorias da música.
Esses trabalhos nasceram a partir de uma proposição feita ao artista parapintar as nove sinfonias de Beethoven e acabaram dando origem a um conjuntomaior de obras, no qual o artista explorou o silêncio como qualidade própriada Pintura (da Vinci dizia que a pintura é “poesia muda”), experiência quedeve ser fruída na contemplação, na solidão, nas pausas.
O silêncio dos trabalhos de Fingermann provoca a dança (das imagens), e aleitura cruzada deles constrói novas associações poéticas. O assunto ésimples pretexto para articular sensações e apresentá-las, no sentido deevidenciar questões metafísicas da experiência da pintura. As imagenscontidas nos quadros convocam sensações de ausência, espanto, estranhamento,desacomodamento do olhar, mistério, transcendência.
Por vezes, essas figurações remetem ao mundo clássico, ideal. Na atmosferadessas pinturas, nesse mundo, onde os deuses já foram embora, reina anostalgia e o homem tem que reinventar (redizer) a vida.
A exposição será acompanhada do lançamento de um livro intitulado Elogio AoSilêncio e Alguns Escritos Sobre Pintura (Editora BEI, 64 páginas) comtextos do artista e apresentação de Manuel da Costa Pinto e Fernando Paixão.Depois do MNBA, a exposição seguirá para a Pinacoteca do Estado de SãoPaulo nos meses de novembro e dezembro.
O gosto pelas artes foi intensificado em Sergio Fingermann a partir dosseus 14 anos, quando inicia estudos de desenho, sob a orientação deErnestina Karman e depois Yolanda Mohalyi. Em 1979 forma-se arquiteto, massempre se dedicou às artes plásticas, em ritmo incessante, tendo atuadoaté como curador.
Do seu longo currículo constam mostras no exterior: integrou coletivas noMéxico, participou da Bienal de Artes Gráficas em Bradford(Inglaterra,1982); da Bienal Internacional de Gravura, Cracóvia, Polônia(1984); dacoletiva Gravura Brasileira, Grand Palais, França(1987); da coletiva ArteContemporânea Brasil-Japão, Museu Central de Tóquio(1990); foi artistaconvidado da Bienal de Cuba(1991); da Bienal do Mercosul(2001) e dacoletiva Casa de Cultura Judaica(SP, 2004), entre outras.
No capítulo das exposições individuais, dentre outras, destacam-se mostrasno MASP(1987); no MAM/RJ(1992); nas diversas filiais do Instituto MoreiraSalles, a partir de1996(Poços de Caldas/MG, Belo Horizonte/MG, PortoAlegre/RS, São Paulo/SP e Rio de Janeiro, este ultimo em 2001); naPinacoteca de São Paulo expôs em 2001.
Multipremiado, em 1980 Sergio Fingermann ganhou bolsa de viagem ao exteriorno Salão Nacional de Artes Plásticas e 7 anos depois recebeu o prêmio demelhor gravador pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Sua obra mereceu 3 livros: em 1995, foi lançado Pinturas de SergioFingermann, BM&F, São Paulo, SP; em 2001, Fragmentos de um dia Extenso, BEI,São Paulo, SP; e ainda Elogio ao Silêncio e Alguns Escritos sobre Pintura,BEI, São Paulo, SP(em 2007). Além disso 5 albuns destacaram suas criações,como O Teatro do Mundo (Texto e Gravuras de Sergio Fingermann), São Paulo,SP, em 2005.

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Exposição Elogio ao Silencio, de Sergio Fingermann
Abertura: dia 25 de setembro
Período: de 26 de setembro até 04 de novembro
Visitação: de 3ª a 6ª feira, das 10h até 18h;
Entrada franca

· Assessoria de imprensa do MNBA: Nelson 2240-0068 r. 18

- http://www.sergiofingermann.com.br/

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29 de setembro de 2007

Anotações


Anotações....

Nenhum artista consegue produzir arte sem uma poética, declarada ou implícita num fazer. Esta poética que é todo um processo interno, sempre metabolizado inicialmente em sensações primordiais, ou intuições, incluindo a religiosidade com os fatos da vida, num ponto de contato consigo mesmo e o mundo, que vão se transformar em ação.

Se a estética é uma filosofia, e incluímos nesta filosofia a reflexão, sobre as experiências cotidiana, que as vezes de relance nos comovem e elevam, podemos dizer que essa memória tão antiga das coisas contêm coisas novas, porque além de expectador, transformamos o que ouvimos ou sentimos, no que fica desta experiência.

Ser um mero expectador diverge daquele onde o ver, o ouvir e o fazer transformam mínimas coisas em grandes vivências.

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postagem: Jugioli
pintura: Pierre Bonnard (1867-1947)

27 de setembro de 2007

A Pintura


"A Pintura é uma poesia visível"


Citação: Leonardo da Vinci (1452-1519) Itália
Pintura: Jackson Pollock (1912-1956) EUA
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25 de setembro de 2007

Cassiano Pereira Nunes convida





Ser e Tornar a ser


Exposição de 14 de setembro a 20 de outubro

Espaço Cultural Monte Bianco -

maiores informações acesse aqui
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24 de setembro de 2007

Piero della Francesca



Affresco, San Francesco, Arezzo

Invenzione e verifica della Vera Croce, 1640



Exaltação da Cruz, 1466
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19 de setembro de 2007

Exposição no Paço das Artes


Vick Muniz

Estive na exposição, e assitir o video sobre a realização do "Pictures of eartworks", é uma das tarefas para se entender estes trabalhos.
A outra série: "Pictures of junk" nos possibilita refletir sobre o estado das coisas. São séries feitas com engrenagens, silhuetas de rebarbas metálicas e traços delicados de imagens mitológicas desenhadas com o lixo.

A exposição termina em Outubro.

Não percam.

18 de setembro de 2007

Arte Etrusca na Úmbria

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Arte Etrusca


Arte Etrusca

Os etruscos foram povos que viveram na Itália, na região a sul do Rio Arno e a norte do Tibre, então denominada Etrúria, equivalente à atual Toscana, com partes no Lácio e na Úmbria.

A Etrúria era composta pelas cidades-estados (Volterra, Fiesole, Arezzo, Cortona, Perúgia, Chiusi, Todi, Orvietto, Veio e Tarquínia, ao sul da cadeia dos Apeninos.

Os Etruscos se instalaram provavelmente entre os anos 1200 a 700 a.C. O historiador Heródoto acreditava que os Etruscos eram originários da Ásia Menor; a língua utilizada era um alfabeto semelhante ao grego.





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Arte Etrusca


Suely Cauduro Convida.....

8 de agosto de 2007

Edith Derdyk


Edith Derdyk:

Cursos para o 2. semestre de 2007
acesse o site para maiores informações:

http://www.canalcontemporaneo.art.br/

6 de agosto de 2007

Marcel Proust


acesse na imagem para visualização

5 de agosto de 2007

Desenhos


Salvador Dalí

Desenhos
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3 de agosto de 2007

Salvador Dalí no Porto


Esculturas, litografias, desenhos e pontas-sêcas.


Picasso definiu Dalí como um "motor furioso sempre em movimento".
Com a sua provocante excentricidade, o pintor, o desenhador, o escritor, o realizador
de controvérsias foi capaz de realizar obras com a simplicidade da gravura e do esboço, trabalhos muito bem escolhidos nesta exposição.
Surpresas com as aquarelas, e nas sombras das tintas litográficas, com a força das suas visões religiosas, e transformando os objetos mais comuns em poesia.
O mundo da obra gráfica de Dalí nos dá a dimensão do desenho, a sua flexibilidade e coerência.

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postado por Jugioli
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31 de julho de 2007

Documentário no Contraponto


Caros amigos, Convidamos para a projeção de um documentário interessantíssimo, D´une langue à l´autre (Misafa Lesafa), trazido da França pela Profa. Lígia F. Ferreira.
A projeção será acompanhada de conversa com a Lígia. O filme é falado em hebraico e as legendas são em francês. Segue abaixo sinopse.

dia 2 de agosto às 20 horas no Contraponto.
Rua Medeiros de Albulquerque, 55Vila Madalena



Título : D´une langue à l´autre (Misafa Lesafa)
Gênero : Documentário; produção : França, ZDF/ARTE.
Direção : Nurith Aviv
Ano : 2004
Legendado em francês
Depoimentos em hebraico
Duração : 55´

Sinopse : Este documentário traz à tona a complexa aventura lingüística que acompanhou a criação do Estado de Israel. Dos deslocamentos provocados por esse processo, emergem questionamentos dilacerantes : é possível "migrar" para e aprender uma outra "língua materna" ? Que razões podem alimentar o desejo de banir (da memória, do próprio inconsciente) ou preservar a (primeira) língua materna, quando a ela se associa prazer e dor, ódio e amor ? Que efeitos a adoção de uma nova língua materna produz na (re)construção de uma identidade ? Com que língua(s) se faz um país e uma nação ?
A cineasta Nurith Aviv interroga nove artistas e intelectuais israelenses, porém oriundos de países e culturas diferentes, que respondem a essas perguntas evocando, através de suas trajetórias individuais ou familiares, uma problemática central num país cuja diversidade cultural ainda carrega dimensões desconhecidas. Seja do ponto de vista íntimo, político e ideológico, a problemática, em suma, é mais do que atual na medida em que transcende uma especificidade nacional para refletir tanto os dramas quanto as riquezas potenciais de um mundo de fronteiras se esgarçam e no qual se multiplicam os migrantes, as nacionalidades e as identidades plurais. (Ligia F. Ferreira )

22 de julho de 2007

Vera Giorgi


Novo blog na (blogsfera) de Vera Giorgi

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Verso e Reverso

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Fractais

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Poema de geometrias e de silêncios
Ângulos agudos e lisos
Entre
duas
linhas
vive
o
branco
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
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21 de julho de 2007

O verso e o reverso


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16 de julho de 2007

Ata na agenda


"Vai ser bem legal a roda viva de hoje dia 16,

com dois correspondentes de guerra no

oriente médio: um é o Fisk, do jornal -

Esse programa foi feito durante a flip, de parati."


Enviado por Liana.





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9 de julho de 2007

Ata- anotações


"O artista recorta fragmentos, delimita, transforma, subverte,

experimenta a maleabilidade das coisas,

a estabilidade do preestabelecido.

O artista é um experimentador, porque lê a forma do objeto

antes de ler a sua função.


Lê os significados sem deixar de ler as possibilidades.


O artista é um artista porque lê."



anotações das discussões teóricas.

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